A ESPERANÇA MATA VOCÊ! SERÁ? E O TCC?
Outro dia, estava eu conversando com alguém que está fazendo o trabalho acadêmico e logo percebi que estava em sofrimento. Emoções negativas como a ansiedade, a confusão mental, o medo de decepcionar, a procrastinação e perda de tempo para justificar que prefere esperar e ver se chega um momento de mais clareza…permeavam todo o seu discurso e pior, eram reforçadas. Ao saber de tudo isso e antes de ajudá-lo, me lembrei da frase de um amigo: “a esperança, mata você!”
Aquela frase me impactou profundamente, primeiro porque sou uma pessoa esperançosa no primeiro sentido trazido pelo dicionário “sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja. Confiança em coisa boa. Fé.”1
E, mesmo achando a palavra esperança encantadora, eu poderia ter desistido do seu sentido positivo e ressignificado o termo, só por considerá-lo uma pessoa de confiança e com autoridade no assunto. Preferi, entretanto, seguir meu coração e continuar tendo esperança.
Aquela dúvida (que mais parecia uma pulga atrás da orelha) continuou a me incomodar até que um dia…
Alguns anos depois, estava eu em São Paulo, numa sala lotada de pessoas positivas. Conduzidos pela Flora Victoria, estudávamos as descobertas mais recentes (últimos 20 anos) da Psicologia Positiva2 que vem revolucionando o modo de enxergar a vida e lidar com os desafios.
E qual não foi a minha surpresa e alegria quando me deparei com a Teoria da Esperança. Uau! Alguém, possivelmente tão esperançoso quanto eu, resolveu agir e foi verificar cientificamente o efeito da esperança na vida das pessoas. E (uhuuu!!!), eu estava certa! A esperança te mantém vivo. Era tudo o que queria, para matar aquela pulga e reforçar minhas esperanças em mim mesma, nas pessoas e no mundo.
Eu não sei se você sabe, mas a essa teoria foi desenvolvida por Charles Richard Snyder no livroPsyhcology of hope: can get there from here, que significa Teoria da esperança: você pode conseguir, partindo daqui. Para o autor a esperança é um “processo cognitivo de natureza motivacional, direcionado para alcançar objetivos”.
Antony Scioli, um outro estudioso da Pscicologia Positiva avançou um pouco mais nos estudos sobre a esperança e descobriu que pessoas esperançosas são mais resilientes, confiantes, abertas e motivados. A esperança, segundo o Houaiss, é uma das virtudes cristãs, junto com a caridade e a fé. Já a ciência a associa à paciência, à gratidão, à caridade e a fé, como componentes de uma virtude/ força maior: a espiritualidade.
Interessante notar que a esperança alimenta um ciclo virtuoso. Pessoas com mais esperança tendem a receber mais do mundo, por isso se tornam mais otimistas e se sentindo assim, tem mais esperança…
Se formos levar isso para a produção de um trabalho acadêmico ou a realização de um projeto de vida, temos que se você tiver fé no que está fazendo e acreditar que vai ter um resultado positivo a partir do seu esforço, você atrairá isso e recebendo boas avaliações, ficará mais otimista e acreditará que se continuar terá cada vez mais resultados positivos…
Segundo Snyder, a esperança reflete a percepção do indivíduo quanto capacidade de:
a) definir objetivos claros (ex.: ser um neurocirurgião renomado, ter o menor e mais potente computador do mundo; ou fazer uma máquina voadora);
b) desenvolver estratégias para alcançar esses objetivos (ex.: alinhar todos os trabalhos acadêmicos – interdisciplinares/TCC/
c) estabelecer caminhos (estudar medicina, fazer fichamento sobre informações/ideias/teorias/
Com tudo o que falamos, você já deve ter percebido que sim! Ser uma pessoa esperançosa te ajuda a ser alguém, ter alguma coisa ou estar em algum lugar ou posição que você almeja. Deve ter percebido também, que se for apenas esperar (no sentido de expectativa, 3º significado trazido pelo dicionário), a esperança pode realmente te matar, mas se decidir entrar em ação, confiando que vai conseguir, certamente vai alcançar seu objetivo. E isso me faz lembrar uma frase de Henry Ford que gosto muito: “As pessoas não fracassam, elas simplesmente desistem”.
Eu poderia encerrar esse post aqui, apenas pedindo que você aja e confie, além é claro de comentar, curtir e compartilhar (hahaha. Gratidão por isso!), mas quero ir além.
Quero te ajudar a medir seus níveis de esperança em relação ao seu trabalho acadêmico/projeto de vida e aumentá-los, se for preciso. Está pronto?
Então vamos lá!
Snyder desenvolveu e testou cientificamente uma escala de esperança, baseada em 8 níveis. E, quero te convidar para usá-la. Eu faço as perguntas e você responde de 1 a 8, sendo que:
1) Definitivamente falso
2) Em grande parte falso
3) Em parte falso
4) Ligeiramente falso
5) Ligeiramente verdadeiro
6) Em parte verdadeiro
7) Em grande parte verdadeiro
8) Definitivamente verdadeiro
Não sei se você percebeu, mas as questões ímpares, mostram a sua disposição de encontrar caminhos para alcançar o que você quer; e as questões paressão afirmações que expressam ação/iniciativa. Agora que você já sabe, separe os pontos das questões pares e ímpares. Some-os separadamente e divida por 5, encontrando a média.
Que tal começar agora?
a)Se atingiu de 7 a 8 está com níveis altos de esperança. Parabéns!
b)Se atingiu de 4 a 6 está com nível médio e já sabe que melhorando-o terá mais sucesso!
c)Se você atingiu a média de 1 a 3 está com níveis baixos de esperança. É importante trabalhar para elevá-los. Assim, ganhará em qualidade no seu trabalho e seu bem-estar.
Talvez você esteja se perguntando: tá Lili, mas como aumento meus níveis de esperança?
E eu vou te responder (à la Sócrates), com outra pergunta: quais são as 3 ações que você pode realizar agora, para elevar seus níveis de esperança e se tornar mais confiante, aumentando suas chances de alcançar resultados positivos, mais motivado para realizar o seu objetivo, ter mais facilidade para enxergar possiblidades de alcançá-lo, ser mais resistente ao stress, conseguir melhor desempenho, mesmo sob pressão e ter mais autocontrole para realizar o seu trabalho acadêmico/projeto de vida?
Anote-as e persiga-a todos dias, durante uma semana. Depois, repita o teste.
Bônus
Se você conseguiu definir as 3 ações, parabéns. De bônus, vai mais uma para te ajudar.
O exercício que te proponho abaixo foi recomendado pela Sociedade Brasileira de Coaching. Selecione 7 frases que te motivam. Você pode encontrar várias delas, já associadas a imagens no meu instagram ou aqui mesmo no blog.
Salve-as no celular, imprima-as ou anote em sua agenda. Durante 7 dias, leia a frase 1, três vezes ao acordar e três vezes antes de dormir. A cada novo dia, troque a frase e repita-a três vezes ao acordar e três vezes antes de dormir.
Ao final dos 7 dias, avalie e responda: o que mudou no meu humor e estado de espírito?
Se puder, repita o teste para verificar seus níveis de esperança.
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Um abraço,
Lili
1 Esperança. In Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: objetiva, 2001.
2 É possível que você ainda não saiba sobre a Psicologia Positiva, afinal ela mal completou 20 anos. Foi em 1998 que Martin Seligman, presidente da American Psychological Association anunciou que os trabalhos para uma abordagem mais positiva da Psicologia estavam sendo iniciados. Diferentemente da Psicologia tradicional, que estuda os traumas e as doenças para curá-las, esse ramo mais recente, estuda as emoções positivas e dentre outros temas, aquelas pessoas que estão fora da curva, ou seja, tem felicidade e sucesso. A ideia é descobrir a fórmula e ajudar mais pessoas a serem felizes. Assim, menos pessoas adoecerão.